No início da noite desta terça-feira (1º), o plenário do Senado Federal aprovou, por unanimidade, o projeto de lei (PL 2088/2023) que garante ao Brasil a ativação de um dispositivo de retaliação em caso de barreiras tarifárias impostas por outros países.

Chamado de PL da Reciprocidade Econômica, o projeto surge no momento em que a política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ganha força e que o Brasil entra na mira de restrições de outros mercados ao redor do mundo.

Mais cedo, o texto foi aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) em caráter terminativo. Pela regra, o projeto poderia seguir diretamente para apreciação na Câmara dos Deputados.

Acontece que senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), que é líder do governo no Congresso, fez um requerimento para que o projeto fosse levado à votação no plenário do Senado. O PL foi aprovado com 70 votos

Líder do governo celebrou união com oposição para aprovação do projeto

Ao celebrar a aprovação da matéria, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse que governo e oposição nem sempre estão em “lados opostos”.

“Há temas que dizem respeito à economia nacional, a defesa da economia nacional, ou outros temas que o interesse nacional fala mais alto. E esse texto da chamada reciprocidade oferece ao governo federal ferramentas que eu espero que não precisem ser usadas. Mas se for concretizado um ataque a produtos nacionais, evidentemente que nós não queremos brigar mas não seremos subservientes”, disse Wagner.

O texto, que teve como relatora a senadora Tereza Cristina (PP-MS), é uma resposta ao tarifaço de Trump e às possíveis restrições da União Europeia à carne brasileira e à soja produzida em áreas desmatadas.

À tarde, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, disse que o PL da Reciprocidade já deve ser votado no plenário da Casa amanhã devido a “relevância e importância do tema” .

“Seria um contrassenso o nosso Parlamento discutir anistia, enquanto o mundo inteiro está se preparando para o anúncio do Trump amanhã. Imagina a gente ficar parado discutindo um projeto que só interessa ao Bolsonaro”, afirmou.

Gazeta do Povo

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