Cientistas da Universidade de Medicina de Mie e da Universidade de Saúde de Fujita, no Japão, alcançaram um marco significativo no tratamento da Síndrome de Down. Utilizando a técnica de edição genética CRISPR-Cas9, a equipe conseguiu remover a cópia extra do cromossomo 21 em células cultivadas em laboratório, restaurando a expressão genética normal.

A Síndrome de Down, ou trissomia 21, é caracterizada pela presença de uma cópia adicional do cromossomo 21, resultando em atrasos no desenvolvimento cognitivo, características físicas especificas e maior predisposição a problemas de saúde, como doenças cardíacas e digestivas. Essa condição ocorre devido durante a divisão celular, geralmente na formação do óvulo ou do espermatozoide.

No estudo, os pesquisadores aplicaram a técnica CRISPR-Cas9 em células derivadas de fibroblastos da pele e células-tronco pluripotentes induzidas de pacientes com Síndrome de Down. O método permitiu a eliminação específica do cromossomo extra, sem afetar as cópias originais herdadas dos pais. Essa abordagem inovadora abre novas possibilidades para futuras terapias genéticas.

Embora promissor, o método ainda está em fase inicial e distante de ser aplicado clinicamente em humanos. São necessárias mais pesquisas para garantir a segurança e eficácia do procedimento, já que a técnica pode causar danos a outros cromossomos quando não devidamente aplicada.

No Brasil, ainda não há pesquisas semelhantes, mas essa descoberta pavimenta o caminho para possíveis terapias genéticas futuras.

Este avanço representa uma esperança para a comunidade científica e para famílias de pessoas com Síndrome de Down, indicando um futuro onde intervenções genéticas possam mitigar ou até mesmo corrigir as causas subjacentes da condição.

Neuropsicopedagoga Janaina Fernandes