Um possível caso de incesto involuntário está tirando o sossego da autônoma Edilza Alves, 47, que mora em Natal/RN. Ela vive um relacionamento estável com o aposentado Antonio Reinaldo da Silva, 77, há mais de dois anos e sgora desconfia que ele seja seu pai biológico, que ela viu pela última vez há 40 anos.

“Eu só o vi uma vez, aos 7 anos. Desde então minha mãe me afastou dele porque descobriu que ele era casado. Me falava que ele morava em Natal, depois em Minas Gerais e na Paraíba”, contou.

Com o passar do tempo, já adulta, Edilza conheceu o Antônio e começou a suspeitar de algumas semelhanças entre eles. Ela diz que sua tia, que faleceu recentemente, também sugeria a possibilidade dele ser pai e ela filha. “Os filhos dele não me aceitam, amo meu esposo e estou aflita. Com o exame de DNA vamos tirar a prova e se ele for meu pai não sei como será minha vida daqui pra frente. Só sei que continuarei ao lado dele, mesmo como filha”, diz a mulher.

O idoso, no entanto, acredita que não são parentes. Ele mora em Natal há 54 anos, e em mais de 50 desses foi casado. Fora isso, nunca morou fora do estado. Os nomes também não conferem. Enquanto a mãe de Edilza dizia que o homem que a engravidou se chamava José Otaciano Ferreira da Silva, o marido é Antonio Reinaldo da Silva.

Além disso, ele não reconhece a mãe dela em fotos e também não vê semelhanças entre eles que indiquem um parentesco tão próximo. “Conheci muitas Marias, mas não lembro de nenhuma Maria Salete, que era mãe dela. Estou tranquilo. Não tenho dúvida que não somos pai e filha, mas se for, vou assumir diante das autoridades”, garante o idoso.

A dúvida foi levada ao mutirão “Meu pai tem nome”, promovido pela Defensoria Pública estadual neste sábado (19), no Partage Norte Shopping, zona Norte de Natal.

O evento tem como um dos objetivos promover a efetivação do direito fundamental ao reconhecimento de paternidade/maternidade biológica e socioafetiva e demais questões envolvendo a parentalidade, uma vez que o reconhecimento garante ao filho a possibilidade de conviver com o pai, manter uma relação paterno-filial de amor e respeito.

Tribuna do Norte

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