A atleta Maria Rizonaide se prepara para a disputa do Mundial de halterofilismo paralímpico. Foto: Alex Régis

Maria Rizonaide é potiguar, tem 41 anos e compete na categoria até 50kg. A atleta se superou, é a nova recordista brasileira no halterofilismo e agora se prepara para tentar o título mundial na competição a ser realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a partir do dia 20. O Mundial é etapa obrigatória para os halterofilistas que buscam vaga para os Jogos Paralímpicos de Paris de 2024. Classificam-se para o megaevento na França os oito atletas de cada categoria mais bem colocados no ranking da modalidade.

A atleta norte-rio-grandense afirma que está otimista com uma vaga para disputar as Olimpíadas de Paris 2024. “Eu acredito sim que vou estar lá em Paris. Tenho muita força de vontade e esse Mundial já tem critérios para Paris, assim como o Parapan em novembro. É treinar e acreditar. A cada dia eu quero mais. É um sonho que quero realizar. Será minha primeira Paralimpíada e eu tenho muita fé em Deus. Não importa a cor da medalha, quero trazer uma e sei que só de participar já será uma vitória”, explica.

Segundo Rizonaide, a classificação depende de muita dedicação e critério. Ela acredita que tem uma torcida muita forte pela sua classificação e se comprometeu a dar o seu melhor nas disputas que garantem vaga para os Jogos. Os Jogos Parapan-Americanos de Santiagos serão disputados no Chile..

A última edição do Mundial aconteceu em Tbilisi, na Geórgia, em 2021. Na ocasião, o Brasil foi representado por 18 atletas entre os adultos e sete na categoria júnior. A delegação voltou ao país com uma medalha de prata, obtida por Mariana D’Andrea (categoria até 73 kg), no sênior, e outros três pódios entre os jovens: Lara Lima (ouro na categoria até 41kg), Lucas Galvão (bronze na categoria até 49kg) e Tayná Alcântara (bronze na categoria até 45kg). Lara está na lista de convocados, dessa vez na competição adulta.

O início

“Eu conheci o esporte tinha 29 anos de idade, através de um atleta da Sadef, que me fez um convite. Fui lá, me inscrevi, fiz um teste e já comecei a treinar. Comecei pelo halterofilismo e já fui pegando gosto, participei de uma competição em Campinas/SP e ganhei uma medalha de participação. Depois disso, me empolguei e até hoje estou no esporte. Para mim o esporte é tudo”, conta a atleta sobre o seu início como halterofilista. Maria, que tem nanismo, começou a competir na modalidade em 2011.

Sobre o recorde nacional, a atleta potiguar afirma que foi a melhor coisa que poderia ter-lhe acontecido nesse momento. “Foi a melhor coisa que aconteceu na mina vida, porque eu estava treinando para fazer o meu melhor e fiz mais do que isso. Agora vamos participar do Mundial em Dubai, e espero ainda mais, porque estou treinada para isso. É ter força de vontade, querer e poder, mas o meu melhor vai ser lá em Dubai. Foi lindo aqui e agora já sei a pressão e a força que tem que ser”, comenta.

Rizonaide e a equipe brasileira estão de malas prontas para a disputa do Mundial de Halterofilismo em Dubai, a partir do dia 22. Quatro atletas da Sadef estão convocados para o Mundial. Rizonaide, Alane, Naira e Júnior França, além do técnico do clube, Carlos Williams. A delegação é formada por halterofilistas que atingiram os índices estipulados pelo CPB em duas seletivas, em março e abril.

O recorde de Rizonaide aconteceu durante a Segunda Fase Nacional do Circuito Loterias Caixa de halterofilismo, em São Paulo, com a participação de 84 atletas de 11 estados e do DF.  paratleta da Sadef-RN, quebrou o recorde brasileiro da categoria até 50kg ao levantar exatamente o dobro – 100kg em sua terceira tentativa. A marca anterior era dela própria, que havia suportado 95kg na etapa da Copa do Mundo disputada em Dubai, em dezembro de 2022. “Foi a melhor competição da vida. Estava muito tranquila, consegui controlar tudo. Estou amadurecendo. Eu já estava treinando para fazer isso aqui. Na segunda tentativa, fiz 97kg e já era quebra de recorde. Então decidi ir para as cabeças no último levantamento e deu certo”, comemorou.

Halterofilismo paralímpico

A modalidade reúne diferentes tipos de deficiência em uma mesma disputa. O halterofilismo é o único esporte do programa em que os atletas são categorizados pelo peso corporal. Podem competir atletas com nanismo (anões), amputação, deficiência em membros inferiores, lesão na medula espinhal ou paralisia cerebral.

Deitados em um banco, eles precisam realizar o movimento do supino: primeiro, devem segurar a barra, com os braços esticados. Então, precisam flexionar os braços e descer a barra até a altura do peito, antes de erguê-la novamente para a posição inicial. Há três chances para executar o movimento, sendo validado o maior dos pesos.

Tribuna do Norte

Neuropsicopedagoga Janaina Fernandes