Defensas de proteção danificadas, ferragens expostas, sinalização e iluminação precárias. Esses são alguns dos problemas encontrados em viadutos de Natal, como os da Redinha, do Baldo e de Santos Reis. De acordo com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Norte (Crea/RN), um ofício foi encaminhado pelo órgão há cerca de 60 dias solicitando um plano de manutenção de equipamentos públicos às prefeituras de Natal, Mossoró, ao Governo do Estado e ao Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT).

De acordo com Victor Hugo, diretor administrativo do Crea/RN, o documento pede a manutenção de todas as pontes, passarelas e viadutos de responsabilidade de cada um dos orgãos que estejam localizados no Estado. Os viadutos do Baldo e de Santos Reis são alvos de manutenção pontual realizada pela Secretaria de Infraestrutura de Natal.

Enquanto uma solução quanto aos problemas estruturais não é apresentada pelo poder público, a população reclama da falta de estrutura dos viadutos. É o caso da dona de casa Valquíria Araújo, que frequentemente passa sob o Viaduto de Santos Reis, localizado nas proximidades da Ponte Newton Navarro. Para ela, além da sinalização precária, a estrutura oferece inúmeros riscos. “A estrutura não tá legal e dá medo de passar aqui embaixo. A situação está feia, mas a gente vê que tem outros [viadutos] piores”, comenta.

A constatação feita por Valquíria é evidente. Ao trafegar pelo local, é possível observar diversas barras com ferragens expostas, inclusive aquelas que sustentam o próprio equipamento. Na parte de iluminação, restam apenas algumas luminárias e as poucas que existem não funcionam a contento durante a noite.

Viaduto do Baldo passou por manutenção recente, mas ainda há pontos de melhoria. Prefeitura diz que finalizou o serviço | Foto: Adriano Abreu

O estoquista Mick Jagger, de 22 anos, precisa se deslocar diariamente pelo Viaduto Marinho Chagas, mais conhecido como Viaduto da Redinha. Ele aponta para problemas semelhantes aos constatados por Valquíria. Segundo ele, a falta de sinalização é um dos principais obstáculos para quem trafega na região: “Seria bom se melhorasse, pois vemos que muitos acidentes são causados”, afirma o estoquista.
Basta caminhar próximo às defensas do Viaduto da Redinha para observar que algumas placas estão pouco legíveis e dois trechos das defensas metálicas estão deteriorados. Esses equipamentos são responsáveis pela proteção de motoristas e passageiros em casos de impactos na lateral da pista.

No Viaduto do Baldo, na zona Leste de Natal, os problemas estão parcialmente resolvidos. Em março deste ano, o equipamento passou por manutenção após um trecho da estrutura ceder. De acordo com Victor Hugo, o problema não causou danos estruturais no equipamento, embora tenha exigido reparação em um talude, estrutura que serve para garantir a estabilidade do solo e evitar deslizamentos. “Trata-se de um terreno em que se coloca uma vegetação para dar um suporte ao viaduto”, explica.

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE constatou, no entanto, que o trecho que passou por reparos está sem defensas de proteção. Aliado a isso, do lado oposto do viaduto, uma área está com parte da calçada quebrada e interditada e alguns pontos apresentam acúmulos de lixo.
O motorista por aplicativo Marcos Martins, de 33 anos, compartilha que sempre busca evitar o viaduto do Baldo durante suas jornadas de trabalho. Além da insegurança, questões estruturais são apontadas por ele como determinantes para a escolha. “O tráfego é péssimo, a iluminação é péssima e falta sinalização”, comenta.

Victor Hugo explica que a Câmara de Direitos Civis do Crea acompanha as eventualidades ligadas à manutenção desses equipamentos. Uma vez que os planos de manutenção sejam encaminhados pelos órgãos notificados, o conselho realiza a fiscalização dos serviços.
Além do Viaduto do Baldo, que recentemente passou por uma inspetoria, a ideia é que outros equipamentos sejam alvos de vistorias.

“Durante o ano, temos uma frente de fiscalização na qual iremos fazer uma vistoria nos viadutos que já estão programados. Estamos vendo apenas os períodos em que poderemos realmente acompanhar o estado da infraestrutura desses equipamentos”, afirma Victor Hugo.
A Seinfra informou que a capital não apresenta outros viadutos com estrutura comprometida e os trabalhos no Viaduto do Baldo foram finalizados.

Tribuna do Norte

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